sexta-feira, 25 de junho de 2010

Brasil x Portugal



Em meio a uma semana de constantes conflitos entre a comissão técnica brasileira e as emissoras de televisão, ocorreu um dos jogos mais esperados da primeira fase da Copa. Esperava-se um resultado extenso, devido à qualidade ofensiva das duas equipes, mas toda a rivalidade que motivaria o clássico, parecia não existir; o clima de 'amizade' apareceu antes e após a partida, entre jogadores e técnicos. O único momento em que a partida se viu mais violenta, foi contido pelas punições do árbitro e recriminações dos próprios jogadores, que sabem que qualquer punição é prejudicial em fases finais.

O clima ameno do jogo tinha explicação: um empate simples classificaria as duas equipes; o Brasil tinha desfalques importantes na criação; Portugal jogava em uma linha de defesa muito fechada; as duas defesas estavam muito bem e os dois ataques não funcionaram como deveriam.

O técnico Dunga não poderia contar com Kaká, suspenso, com Elano, machucado, e optou por poupar o atacante Robinho; modificando a forma de jogar da equipe. Com excessão de Nilmar, que se movimentou bem e criou oportunidades, os jogadores que substituíram os titulares não brilharam. A posse de bola garantida no primeiro tempo, apesar de constante não resultou em boas jogadas. O primeiro tempo, aliás, era a oportunidade que o Brasil tinha para abrir o placar já que a postura portuguesa no segundo tempo não permitiu que a seleção mantivesse a bola no pé por tanto tempo.

No final do primeiro tempo, quando jogadas mais violentas surgiram, Felipe Melo recebeu uma entrada forte que resultou em contusão para o volante. Após esse lance, o jogador permaneceu em campo, alterado. Ao ver o volante nesse estado e já punido com cartão amarelo, o técnico Dunga optou por retirá-lo de campo, evitando problemas a exemplo do que aconteceu com Kaká na partida contra a Costa do Marfim. Josué substituiu Felipe Melo, mas o estilo de jogo da seleção não se modificou. Assim, acalmou-se completamente um jogo que por alguns minutos parecia que não terminaria sem expulsões ou punições mais severas.


Júlio César: milagroso

Quando um jogo termina sem gols, o resultado é atribuído aos jogadores de defesa que contém os avanços dos atacantes; e ao goleiro, que defende sua meta quando a defesa não alivia totalmente o perigo. Pode-se dizer que esse jogo foi inteiramente assim, tanto no lado brasileiro como no português. O goleiro Eduardo de Portugal, apareceu muito bem em chute certeiro de Nilmar que ainda resvalou na trave antes de ser afastada da grande área e no final do jogo, quando Ramires tentou enconbrí-lo; nos demais lances, saiu com tranquilidade.

Os goleiros não foram muito exigidos. No caso de Portugal, isso acontecia porque o ataque brasileiro pouco funcionava e no caso do Brasil, era mais um reflexo do bom trabalho da zaga.

Júlio César, goleiro brasileiro, foi autor de uma defesa milagrosa de um chute de Raul Meirelles. Após assistência de Cristiano Ronaldo, o meia apareceu sozinho, mas a bola foi desviada pelo goleiro. No mesmo lance, em choque entre Júlio e Raul, a camisa do goleiro foi rasgada e na troca uma proteção utilizada pelo goleiro ficou aparente. O jogou parou por alguns instantes para a troca da camisa, mas os médicos da seleção aproveitaram para tratar de amenizar algum tipo de dor que o choque poderia ter causado à lesão nas costas da qual o goleiro tem se recuperado desde o amistoso contra a seleção do Zimbábue.

Em entrevista após o jogo, o goleiro tratou de dizer que a proteção era uma questão de segurança, que não sente dores e que está preparado para outros confrontos.


Lúcio: o capitão

O capitão Lúcio começou a partida rompendo a marca de 15 jogos disputados em uma Copa do Mundo, superando Pelé e Zico. Com essa responsabilidade e levando em seu braço a tarja de capitão, ele mostrou mais uma vez porque merece essa posição e porque merece o respeito dos jogadores dentro de campo e dos torcedores fora dele.

Quando o meio campo se desorienta, Lúcio usa sua habilidade para conduzir a bola ao ataque e ainda que algumas vezes não dê certo, ele volta, marca, cabeceia e arrisca dribles; além de finalizar. Lúcio é o líder incontestável do grupo e ver um setor que sempre foi tão criticado sendo composto por Lúcio e Juan em sintonia, é gratificante.


O placar foi magro, mas classificou o Brasil como primeiro do grupo. O principal objetivo da seleção. O adversário se define baseado na classificação do Grupo H e para o Brasil, enfrentar uma equipe forte já na próxima fase não é um problema, não se deve escolher adversários e os confrontos com grandes equipes acontecerão naturalmente a partir desse mata mata.

Agora é tudo ou nada e independente do adversário, não podem existir falhas. Qualquer erro é fatal. Cabe ao técnico preparar bem a equipe para que sustos como o de hoje não prevaleçam sobre o bom futebol que a seleção brasileira pode apresentar. Os titulares voltam, jogadores não precisarão ser poupados e é tudo ou nada. Hexa, Brasil.

imagens: globoesporte.com

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