terça-feira, 31 de agosto de 2010

Vigilância?

Antes de mais nada, esse fato é real e aconteceu à poucos dias atrás, no sábado (28/08) para ser mais específica. Eu e meus pais havíamos decidido assistir ao jogo do Santos no Pacaembu, o jogo começaria às 18:30 e nós estávamos muito atrasados. Pra completar, o trânsito não ajudou (dificultou, e muito...), ainda precisávamos encontrar um lugar para estacionar e enfrentar a "mini-fila" para comprar o ingresso, na certa não eramos só nós que estávamos com problemas de horário, de trânsito, todo paulista está sujeito a isso. O estranho é não passarmos por essas situações diariamente. Mas mesmo com os tantos problemas que nos cercaram e que poderiam ter sido evitados por questão de minutos rs um deles chamou mais atenção e me deu medo. Um problema que é comum, não sou hipócrita de negar, mas que ao mesmo tempo que é comum.. não é sempre que se presencia: Flanelinhas brigando por vagas de estacionamento, na rua.

A discussão já acontecia desde o momento que entramos na rua, mas para quem passava rápido pela cena, não parecia sério: duas pessoas gritando enquanto as outras ao redor davam risada. Estacionamos em um local de confiança e descemos a rua, rumo ao Estádio. A confusão piorara, trocavam farpas. Um alegava que o outro havia roubado o seu espaço da rua, que o carro ali estacionado estava em uma vaga que era dele de direito. O outro desconversava, ignorava. Até que cansado de ser ignorado, o flanelinha, bravo, vira para o carro e chuta sua lateral com força. Ficou um amassado enorme na porta do veículo. Eu, minha mãe e meu pai, cruzávamos a cena bem nesse momento. Minha mãe olhava um pouco chocada, meu pai a forçava a andar mais rápido e eu tão chocada quanto só sabia olhar pra eles e falar: "Vamos rápido, parem de olhar, eu quero chegar no Pacaembu logo, o jogo já começou". É claro que eu não queria andar rápido só por esse motivo, mas foi uma forma de fingir indiferença ao que eu havia presenciado.

Todos os estacionamentos na região são caros e em sua maioria lotados; o jeito é deixar o carro na rua. Espaço público e que não deveria ser aproveitado de tal forma, mas acaba sendo inevitável. Alguém sempre se oferece para cuidar do carro exigindo dinheiro em menor quantidade. É aí que surge a dúvida: Até que ponto é seguro? Se aquele que é "responsável" pelo seu carro durante aqueles momentos não pode nada contra qualquer pessoa que queira praticar danos, se você que é o dono não pode adivinhar o que acontecerá enquanto seu carro está em responsabilidade de terceiros, se uma recusa de dinheiro pode acarretar em mais prejuízos, etc. Apesar do descrito ter acontecido em um estádio de futebol, fatos como esse podem ocorrer em muitos outros lugares e de fato ocorrem.


Após o jogo, o agressor estava lá, o responsável pelo veículo, não. Quem tem coragem de dizer quem foi? Todo mundo finge que não viu nada. O carro não era importado, muito pelo contrário, era um dos mais populares do Brasil e não parecia ter seguro. Fiquei pensando em como o dono reagiria. O fato é que ainda há muito o que arrumar não só em São Paulo, como no Brasil inteiro. A mudança deveria estar acontecendo há muito tempo e não só recentemente e de uma vez só, utilizando como desculpa a Copa do Mundo de 2014. Esta não permite erros, tudo precisa estar perfeito. É uma mobilização mundial, tudo deve estar em sintonia e acontecendo naturalmente. O Brasil tem de mostrar sua grandeza, tem de mostrar que pode mais. Segurança, transporte público de qualidade e sistemas de organização para os arredores dos estádios e para a população em geral. A herança da Copa realizada no Brasil tem tudo para se tornar mais que uma estrela a mais no emblema, mas sim uma estrela a mais no desenvolvimento e uma sensação de dever cumprido.

Ps: Não estou generalizando, cometendo preconceito e muito menos julgando aqueles que são honestos em seu trabalho, sei que muitos são. O texto foi feito em base a uma situação verídica, indagando e concluindo sobre este fato. As circunstâncias me fizeram voltar à um assunto que eu abordo muito aqui, queria evitar, mas isso aconteceu naturalmente. Faz parte!

Nenhum comentário: