terça-feira, 17 de agosto de 2010

21ª Bienal do Livro

Dezoito anos, pouco a acrescentar na vida de muita gente, desconhecendo metade dos lugares mais importantes da minha cidade (o que não é tão condenável, quando se mora em São Paulo) e reclamando por não haver muito a se fazer por aqui, fora shopping e cinemas, visto que ir a festas e bares não é minha atividade preferida a realizar. Só que mesmo assim, nunca tinha ido à Bienal do Livro, não com a minha própria consciência né? Porque uma vez eu fui com a minha mãe e os meus irmãos, passeio familiar. A Bienal é mais velha que eu, mas eu não a tinha conhecido ainda. Então, surgindo a oportunidade, eu fui. E gostei.

Primeiramente, para chegar ao Anhembi, onde se localizaria o evento, eu tive que cruzar a cidade andando de metrô. O local mais longe onde eu já havia ido sozinha na cidade, era a Estação da Luz, muito mais perto da minha casa do que a Estação Tietê, meu destino. Foi uma longa espera tanto no trânsito como nas filas que tive de enfrentar. O horário em que já me imaginava estando lá, curtindo os livros, havia sido ultrapassado na espera pela condução. Não por acaso, escolhemos um dia onde o fluxo de pessoas era maior, um sábado, tanto que no horário que eu esperava estar lá ainda, eu já havia regressado: Cansada, com fome, com os meus livros 3 livros comprados em mãos e buscando "me livrar"da multidão que se encontrava naquele espaço que visto pelo número de pessoas parecia minúsculo, mas que na realidade era enorme.

Apesar de ter gostado muito, não nego que esperava que fosse bem diferente, principalmente pelas exposições, menores e menos interessantes do que o aparente e pelo preço dos livros, que em nada se diferenciava do convencional. Mas eu não me vejo na condição de por causa de detalhes desmerecer o evento. a organização faz o que pode diante de tantas pessoas que frequentavam. O incentivo pela leitura é uma das coisas que mais deve ser levada em consideração: imaginar que durante esses 10 dias, as pessoas se deslocam para uma feira de livros, palestras e exposições, causando um impacto positivo, é algo admirável para qualquer pessoa que aprecie a leitura. Contrariando essa minha observação, um dos temas mais comentados durante a Bienal e divulgados pelas editoras e livrarias foram os e-books (livros virtuais), uma tendência para o futuro da leitura e um ponto de interrogação para o futuro dos livros impressos. Eu acho que tudo isso de substituição de algo mais antigo, por algo mais moderno não existe em totalidade; apesar das facilidades que o moderno traz, há sempre aqueles que optam pelo que estão acostumados e não abandonam o que lhes é de costume. Sempre haverá um público específico, por menor que ele seja.

Se não fosse tão longe, eu encararia uma visita mais tranquila, em um dia de semana, para aproveitar com mais calma tudo o que foi preparado para nós paulistas e brasileiros em geral. Se eu compraria mais? Talvez. Com mais tranquilidade, eu teria mais opções e mais tempo para buscar uma boa história, que enfeitaria meus sonhos e pratileiras, distraindo e confortando os meus dias mais tediosos.

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