quinta-feira, 7 de abril de 2011

Em meio a tristeza

Muito tempo sem postar, muitas coisas a pensar e a fazer, o blog fica um pouco abandonado. Aí em meio à monotonia, surgem diversos temas a serem abordados, mais precisamente três. Falarei sobre o mais recente hoje e deixarei os outros dois, frios, para os próximos dias.

Hoje é dia 07 de abril, dia do jornalista. Ouvi alguém da faculdade comentar sobre isso porque estava nos trending topics do Twitter. Ainda não é algo que faz parte da nossa agenda, não é uma data importante ainda, mas é um motivo para valorizar essa profissão, que eu não imaginava que pudesse ser tão digna de elogios e de méritos. Tudo o que a gente aprende na faculdade, pode parecer fácil para quem acompanha de longe, mas é uma luta pessoal. Eu que o diga. Aprendo a matar leões a cada trabalho, prova, todos os semestres. O texto, porém, não falará sobre o dia do jornalista, mas sim sobre a bomba que estourou nas primeiras horas dessa manhã de quinta feira.

Eu não me julgo suficientemente preparada para julgar o episódio, ou para comentar intenções, mas posso comentar o fato referente à visão que eu tive do mesmo. Trata-se do episódio ocorrido na região oeste do Rio de Janeiro, onde um rapaz com problemas pessoais e sem razão confirmada, entrou na sua antiga escola com dois revólveres, apontou a arma para crianças de idades entre 9 e 14 anos e atirou. Ferindo 18 deles e assassinando 13 (confirmados até o momento do post). Após a intervenção de um policial, ele tirou sua própria vida. Segundo informações, ele teria deixado uma carta exigindo a forma como deveria ser enterrado e pedindo para que algum líder espiritual orasse por ele para que Deus o perdoasse após seu ato. Isso dá a entender que ele não imaginava sair vivo após o crime ou que sempre pensou em cometer suicídio.

Não estou com acesso ao rádio no celular há algum tempo, então, só soube da notícia por volta das 11hs, quando cheguei da faculdade. Sentada no sofá da sala e assistindo ao plantão, torci para que a loucura detalhada não tivesse resultado em vítimas, mas ao final do depoimentos, confirmava-se as 11 mortes. Uma ponta de tristeza tomou conta de mim. Coisas tristes na televisão vemos todos os dias, coisas tão tristes quanto acontecem diariamente em todos os lugares do mundo, mas não é tudo que a imprensa publica. Eu já começo a me preparar para não "sentir tanto o baque" das notícias tristes que acontecem constantemente, até porque será necessário na profissão, mas dessa vez foi inevitável; não só pelas mortes mas também pela revolta que o caso gera.

Agora, estão usando argumentos distintos como: insanidade, doenças e até mesmo intervenção religiosa, como forma de defesa e ataque ao assassino. Muitas outras discussões foram abertas. Mas de que adianta, defender e acusar o autor dos disparos agora? Assim como também não adianta criticar a segurança no momento do ataque; da forma como aconteceu, não havia como controlar, mais; o que poderia ter acontecido era uma consciência para que as armas não pudessem ser adquiridas tão facilmente. Já tivemos oportunidade de escolher o futuro do desarmamento no Brasil e este também tem o seu outro lado. É tudo muito complicado! Em meio a tantas discussões, o que mais me dói é pensar nas vidas perdidas e futuros interrompidos. É a fase da vida que nós adolescentes pensamos mais sobre o nosso futuro e definimos nossos próprios sonhos. Uma pena ter acontecido o que aconteceu. Que iluminem as famílias que perderam suas crianças, que eles reergam suas próprias vidas e que as medidas adequadas e possíveis sejam tomadas para evitar novos casos.

E o Brasil vai surpreendendo cada vez mais, negativamente. Não sei de vocês, mas 2011 tá sendo um ano horrível. Tragédia atrás de tragédia. Just pray.

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