sábado, 26 de fevereiro de 2011

Porra, Adílson!

Para começar o texto de hoje, já peço desculpas por algumas coisas.

A primeira é, o palavrão no título e algum eventual que aparecer no texto, estou escrevendo de cabeça quente e pode ser que eu não encontre sinônimos pras expressões usuais. E a segunda é o fato de voltar a escrever sobre futebol, eu estava tentando parar um pouco, mudar de rumo, de assunto e tornar o blog mais visitável; mas o que aconteceu hoje precisava ser relatado por mim em algum lugar, e nem o Twitter nem o Tumblr são adequados para a quantidade de caracteres.

Hoje aconteceu um novo empate, 1x1 contra o São Bernardo, na Vila Belmiro. Quem vê de fora diz que não é necessário preocupação, que a campanha é boa, que tudo está lindo, maravilhoso, mas não está. Enxergo o grupo deste ano comprometido, mas não vejo entrosamento em campo. E precisamos disso para cumprir o objetivo de conquistar a Libertadores.

Os primeiros jogos do Santos no Paulistão foram perfeitos: Goleadas ou então muitos gols marcados, volume de jogo, defesa bem postada, união e concentração. Era o reflexo daquilo que não só os santistas, como os torcedores de outros times, pensavam sobre o Santos de 2011. Avassalador, campeão de tudo, melhor representante brasileiro na Libertadores, etc. E tudo isso não era sem propósito.

Enfim, as primeiras exibições foram contra equipes sem expressão e o grande teste foi o clássico contra o São Paulo. O time foi bem, ganhou, mas a partir daí, caiu e muito de produção. Foi uma queda drástica. Todos os jogos a partir de então foram disputados sem vontade, independente de vitórias, derrotas ou empates. É isso que a torcida mais quer, vibração. Não importa se perde ou empata, por enquanto, mas que jogue com vontade de ganhar, sem se apequenar diante dos pequenos. O Santos é grande e merece gente grande o comandando e o defendendo, gente de caráter.

A queda de produção se deve à muitas coisas:

A contusão de atletas considerados fundamentais e titulares - Isso impediu que a escalação ideal fosse a campo por uma única oportunidade. É o time com Arouca, Jonathan e Ganso que corresponde ao Santos ideal, não nenhum outro que foi a campo esse ano. Quando Jonathan e Arouca dão indícios que estão em condições de jogo, logo se machucam novamente. É complicado! E ainda há a incógnita sobre a volta do Paulo Henrique, ninguém sabe se ele vai voltar bem e rápido o suficiente pra salvar o time. Acreditem, ele consegue salvar. Falta exatamente alguém como ele, com as funções dele, pra tudo dar certo. Torço pra isso acontecer todos os dias. E vai acontecer!

Jogadores importantes com destino traçado - Zé Love e Maikon Leite, atacantes e artilheiros da equipe, tem contrato fechado com Genoa-ITA e Palmeiras, respectivamente. Apesar da dedicação ao clube, jogam sobre pressão e não correspondem.

A invenção de posições de jogadores e escalações mal feitas - Por haver muitos jogadores machucados ou sem condições de jogo, o treinador preferiu mudar as funções dos jogadores de confiança em campo do que utilizar as peças de reposição do elenco. Isso sobrecarregou alguns e desmereceu outros. Exemplo: Danilo, 18 anos, voltou da sub20 voando na lateral direita, foi escalado em sua estreia na Libertadores como um meia/lateral/atacante um dia após chegar de viagem cansativa e sem treinar com o grupo.

Insistência em erros - Esse é o pior de todos. O Paulistão seria uma forma de treinar para a principal competição do ano; é claro que é importante ganhar o Paulistão também, mas não é o que exige mais foco e dedicação. Os erros cometidos no Paulistão, não podem se repetir na Libertadores, e quem adivinha o que aconteceu na Libertadores? Diogo e Neymar, que se conheceram um dia antes, foram escalados como dupla de ataque titular; Danilo vagou sem posição o jogo inteiro, a escalação ninguém entendeu ainda, o sistema de ataque e marcação, muito menos; não levamos gols do pior time do grupo 5, o que é bom, mas por outro lado, não fizemos gols e nem tivemos oportunidades para fazê-lo. Um 0x0 sem graça. Pra um jogo só, na principal competição do ano, foram erros demais.

Ok. Parei. Agora vamos ao objetivo do texto.

Não sei se eu deveria culpar o Adílson por tudo isso que eu citei, mas ele é o mais responsável por ter desandado com uma equipe que tinha tudo pra ser vitoriosa. O time que ele montou, ou quis montar, não deu certo. E o Santos não pode se prestar a aceitar que todo o planejamento vá para o lixo tão cedo! Ou tem uma conversa séria com comissão técnica e jogadores, para que estes tenham noção de tudo o que está acontecendo, ou toma uma decisão e encontra alguém mais competente pra lidar com os jogadores. Será uma decisão difícil e determinada pelo resultado obtido na partida desta quarta feira, contra o Cerro Porteño, adversário mais forte do grupo 5. Se perdermos, o que não pode acontecer mais nessa fase de grupos, alguém vai embora e por justa causa.

E fica aqui uma última corneta, mas com fundamentos: O Neymar perdeu sua função no time.

Estou com dó de ver ele jogando, não por achar que ele está jogando mal, muito pelo contrário. Mas antigamente, ele cobrava as faltas laterais e os escanteios do Santos; hoje só o Elano faz isso. Ele cobrava os pênaltis, agora o Elano faz isso. Não reclamando das cobranças do Elano, mas o Adílson poderia revezá-los. Fora que quando Neymar vai à campo, o Adílson prefere escalá-lo variando de posições. Praticamente o obriga a fugir de sua principal característica: as jogadas pela lateral esquerda. O treinadore acusa que "é um desperdício pra um jogador da qualidade dele jogar somente pela esquerda", mas na esquerda é justamente onde ele rende melhor. O Neymar hoje fica flutuando, indo buscar a bola no meio de campo, saindo da área. Por ter de conduzir o ataque do time, regularmente erra dribles ou é derrubado pelos adversários. É claro que ele erra jogadas, é difícil quando entre ele e a grande área há uma série de jogadores marcando e fazendo cobertura.

Estou muito solidária à ele nesse novo esquema. O menino correu feito barata tonta o jogo inteiro, fez lançamentos maravilhosos e jogadas lindas que não se concretizaram, provavelmente se ele recebesse as bolas que lançou hoje, teria feito os gols. O Neymar merece ter a liberdade pra jogar que o Adílson sugere, mas não um impedimento ou uma sobrecarga. Ele é o craque do time, tem poder de decisão, mas não cabe somente à ele toda a culpa ou todo o mérito.

Pronto, acabou. Antes do jogo de hoje eu pedi goleada, senti no final do primeiro tempo que daria, mas eu não sei o que aconteceu, só sei que não deu (: Então, o mínimo que esses ingratos podem oferecer pra torcida é um bom jogo contra o Cerro Porteño. Não importa o placar elástico, mas sim a vitória, indo pra cima com determinação, vestindo o manto com amor e emoção, como diz a nossa musiquinha. Sem medo de adversário, jogando e produzindo o que sabe e com alegria. Contagiando nós torcedores que estamos tão preocupados. As vaias de hoje correspondem ao que sentimos e é bom que vocês autovaiem-se também. Tá tudo errado e vocês podem fazer a diferença, podem consertar os erros, enquanto nós torcedores, só torcemos para que isso aconteça.

A gente ama demais esse clube! Por isso a gente vaia, por isso a gente reclama, por isso a gente corneta, por isso ficamos com o coração na mão. Sabemos do que vocês são capazes; sabemos a tradição da camisa que vocês defendem e queremos a glória tomando conta de seus pensamentos, os enxendo de vontade para que voltemos a comemorar, juntos. Sem cobranças e com confiança.

#RumoaoTri. Já começou!

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