quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dá um beijo no Nonó

Uma diferença de 13 anos. Mas o meu melhor amigo de infância foi você. Se eu sou um pouco mais sonhadora e levo a vida dessa forma a culpa é parcialmente sua. Eu pouco me lembro da minha infância e ao me esforçar para lembrar da nossa relação, me vem em mente coisas mais recentes; se não são recentes, são histórias tão extendidas que tiveram tempo para serem mantidas na minha memória. O menino da filmadora, que a cada segundo vinha enxer o saco pra me filmar em todos os momentos (não sei se isso era uma vontade sua, ou da nossa mãe, mas era assim que acontecia), que assistia aos filmes da Disney comigo, que prendia o meu cabelo lá no alto para não me atrapalhar, que me buscava na escola e deixava eu sentar no banco alto do ônibus pra ficar feliz, que ia pra piscina de mil litros só para ocupar espaço e fazer palhaçada, que se importava quando me via brincando com as minhas bonecas, perguntando se elas estavam doentes, se eu já tinha dado comida ou trocado a roupa porque estava frio; que me fazia acreditar que acreditava no submundo que eu criei para os meus brinquedos e para os meus milhões de personagens. Muita coisa. Quando eu estava abandonando as bonecas, você já se formava na faculdade. Direito. Advogado. Eu achava isso muito sério pra você, ainda acho, ainda que ache menos. Até hoje você comenta sobre uma coisa ou outra que eu já nem me lembro mais, ou as fotos fazem isso por nós, mas apesar da sua implicância ao insistir em suas perguntas as vezes insuportáveis ou em saber de cor o nome das minhas bonecas preferidas e de meus personagens mais marcantes... tudo na vida muda. O tempo foi passando e tudo isso foi perdendo a graça. Você pode finalmente deixar a minha infância de lado.

No entanto, obrigada por cuidar de mim. Feliz Aniversário

E sim, ocultei nesse texto todas coisas que não são boas em totalidade.

Irmãos.

















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